quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Edição de Imagens em ambiente GNU/Linux


Edição de Imagens em ambiente GNU/Linux

Introdução

Ao contrário do que muitos pensam, é possível trabalhar com edição de imagens em ambiente Linux, pois existem softwares livres especializados similares aos softwares proprietários como, por exemplo, o Adobe Photoshop, que pode ser substituído pelo GIMP – que aceita os mesmos filtros, pincéis e plugins e o Corel Draw ou Adobe Illustrator, que podem ser substituídos pelo Ikscape – que possui os mesmos recursos e aceita os mesmos filtros e plugins, sem perder funcionabilidade e como adicional são mais leves que os softwares proprietários, e podem ser ajustados de acordo com a necessidade do usuário.
Veja abaixo os principais softwares livres para edição de imagens, que funcionam tanto em ambiente Linux quanto Windows.

GIMP

GIMP (GNU Image Manipulation Program) é um programa de código aberto voltado principalmente para criação e edição de imagens raster, e em menor escala também para desenho vetorial.

História
O projeto foi criado em 1995 por Spencer Kimball e Peter Mattis, quando desenvolveram o mesmo como um projeto para a faculdade. Atualmente, ele é mantido por um grupo de voluntários e licenciado sob a GNU General Public License.

O GIMP foi criado pelos estudantes como uma alternativa livre ao Adobe Photoshop. Foi um projeto universitário que amadureceu bastante e hoje alcança expressiva popularidade, sendo utilizado por hobbistas e profissionais. No entanto, a participação no mercado de ferramentas de edição profissional ainda é tímida (em contraste ao Adobe Photoshop). Os principais fatores que contribuem para isso são:
§  O GIMP ainda não possui suporte nativo ao modo CMYK, usado como formato para impressão. Isso limita a área de atuação do programa no setor gráfico profissional, tornando-o indicado apenas para trabalhos digitais que utilizam apenas o modo RGB.
§  Pelo fato de ser distribuído gratuitamente, ele não inclui licenças para as cores Pantone, usadas largamente pelos profissionais gráficos como referência para garantir precisão de cor em materiais impressos.
§  Até o início de 2004, a plataforma GTK usada pelo GIMP não se apresentava bem no Microsoft Windows. O melhor suporte ao GTK aumentou a adoção por usuários do ambiente Windows, bem como outros programas que também utilizam GTK, como o Inkscape.
§  Apenas recentemente a plataforma GTK para Mac OS X ganhou suporte nativo. Versões anteriores do GIMP faziam uso do X11, tornando o programa pouco integrado ao restante do sistema.


Nome
A sigla GIMP originalmente significava General Image Manipulation Program; em 1997, foi mudado para GNU Image Manipulation Program. Ele é integrante oficial do Projeto GNU.

Mascote
Wilber é o mascote oficial do projeto GIMP. Wilber foi criado em 25 de Setembro de 1997 por Tuomas Kuosmanen, conhecido como "tigert". Ele recebeu ajuda de outros desenvolvedores do GIMP, que podem ser vistos em Wilber Construction Kit, incluso no código fonte do GIMP em /docs/Wilber_Construction_Kit.xcf.gz. O mascote Wilber foi desenhado utilizando-se o próprio GIMP. Wilber já foi editado várias vezes,aparecendo com pincel na boca,em formato de balão,com chapéu,etc.

Inovação
O GIMP foi um dos pioneiros em relação a projetos de código aberto voltados a usuários finais. Outros projetos famosos, como o GNU Compiler Collection ou GCC, ou o Linux, foram voltados principalmente a desenvolvedores. O GIMP foi a prova de que projetos de código aberto poderiam gerar produtos voltados a usuários finais, abrindo um precedente ao que levaria ao desenvolvimento de outros projetos voltados ao usuário desktop mercado como GNOME, KDE, Mozilla entre outros.
GIMP utilizava o que hoje é conhecido como GTK como base para construção de sua interface. Na verdade, a biblioteca GTK foi originalmente extraída do trabalho efetuado na interface gráfica durante o desenvolvimento do GIMP. Apesar de GIMP e GTK terem sido originalmente desenvolvidos para o X Window System, foram posteriormente portados para Microsoft Windows, OS/2 e Mac OS X.
A partir da versão 2.6, o GIMP passou a adotar uma nova biblioteca chamada Generic Graphical Library (GEGL), com o objetivo de trazer suporte a formatos de arquivo com maior profundidade de bits e edição não-destrutiva.

Film GIMP / CinePaint

Film Gimp, agora conhecido como CinePaint, é uma ferramenta desenvolvida para pintura e retoque de quadros de filmes cinematográficos, usando um gerenciador de cenas onion skinning. Ele também oferece uma profundidade de 16 bits por cor, enquanto a versão atual do GIMP é limitada a apenas 8 bits. Ele foi um fork da versão 1.0.8 do GIMP.





Características

Utilização

O GIMP possui os recursos para ser utilizado na criação ou manipulação de imagens e fotografias. Seus usos incluem criar gráficos, logotipos, redimensionar fotos, alterar cores, combinar imagens utilizando camadas, remover partes indesejadas e converter arquivos entre diferentes formatos de imagem digital. 

Assim como o uso interativo, o GIMP pode ser manipulado através de scripts. Existe suporte a Scheme ou Scheme (ScriptFu), Perl, Python, Tcl, Ruby (linguagem de programação) ou Ruby, e programas capazes de executar comandos UNIX. Isso permite, por exemplo, produzir imagens para uma página web utilizando scripts Common Gateway Interface ou CGI, ou realizar edições (como correção de cor ou redimensionamento) de imagens em lote.

Formatos
O formato de arquivo nativo do GIMP é o XCF, que conta com suporte a camadas. Também é possível editar imagens nos formatos SVG, Ico, BMP, PSD, GIF, JPG, PNG, TIF e diversos outros.


Inkscape


Inkscape é um software livre para editoração eletrônica de imagens e documentos vetoriais, uma versão mais avançada do antigo sodipodi o qual deu-se origem, tratando-se de um fork de sucesso. Utiliza o método vetorial, ou seja, gera imagens a partir de um caminho de pontos definindo suas coordenadas, de forma transparente ao usuário. Imagens vetoriais são, geralmente, mais leves e não perdem a qualidade ao sofrer transformações, como redimensionamento ou giro, em oposição aos desenhos bitmap.
Este software trabalha nativamente formato SVG (Scalar Vectorial Graphics), um formato aberto de imagens vetoriais, definido pela W3C, organização definidora de padrões criados por Tim Berners Lee, o pai da moderna Internet. O SVG é uma subdefinição (DTD) da linguagem XML.
O aplicativo também exporta para PNG, importa vários formatos como por exemplo: TIFF, GIF, JPG, AI, PDF, PS, entre outros. Você pode também salvar seu documento em qualquer um dos formatos que ele importa, além do SVG que é o seu formato padrão.

Interface Gráfica

O time de desenvolvimento do Inkscape intenciona manter uma interface simples, porém extensivel, facilitando o uso do iniciante e do profissional.
Efeitos (criados em virtualmente qualquer linguagem) extendem o menu do Inkscape. Atualmente os desenvolvedores estão trabalhando na implementação de janelas encaixaveis, como já é possível no GIMP.

Imagens bitmap incluidas no desenho não são diretamente incorporadas ao SVG, elas são referências a arquivos externos, como acontece no HTML, entretanto o usuário pode usar o efeito "Embed All Images" para incorporar os bitmaps ao arquivo SVG.
Ele trabalha com edição de nós, transparência, anti-aliasing, textos, degradés, vetorização, múltiplas camadas e todos os recursos necessários para desenho vetorial.

É um software relativamente novo que conta com um bom time de desenvolvedores, e um desenvolvimento ultra-rápido. Tem o grande potencial de, em breve, concorrer em pé de igualdade com grandes softwares vetoriais do mercado, como o Corel Draw e o Illustrator, ambos softwares proprietários.

Modo Texto

O Inkscape também implementa uma interface textual para viabilizar conversões de formatos ou obtenção de informasões de elementos SVG via linha de comando. Essa funcionalidade permite a automação de tarefas como a criação de imagens para preview de diversos arquivos SVG. No GNU/Linux e outros UNIX o comado seria assim:
for arq in *.svg; do inkscape -e "$(basename "$arq" .svg)_preview.png" -h 100 "$arq"; done

Para exportar o preview de apenas um arquivo (em qualquer SO) faça:
inkscape -e imagem_preview.png -h 100 imagem.svg
Alguns dos argumentos que o Inkscape aceita pela linha de comando são:
  • -e : exportar PNG
  • -d : define a DPI de exportação (o padrão é 90)
  • -a : define a área a ser exportada (o padrão é a página)
  • -w e -h : definem largura e altura do PNG exportado
  • -i : exportar apenas a área do elemento com tal identificador
  • -P : exportar arquivo PS
  • -A : exportar arquivo PDF
  • -W e -H : informa a largura e altura do desenho ou elemnto se identificado
Mais informações de uso e outros argumentos, veja inkscape –help

Blender
Introdução

O Blender foi concebido em dezembro de 1993 e se tornou um produto utilizável em agosto de 1994 como uma aplicação integrada, que permite a criação de uma ampla gama de produtos 2D e 3D. Blender fornece um amplo conjunto de recursos de modelagem 3D, texturização, iluminação, animação e pós-processamento de vídeo e desenvolvimento de jogos 3D, integrando todas essas funcionalidades em um único pacote.


Por meio de sua Arquitetura Aberta, Blender fornece interoperabilidade entre plataformas, extensibilidade, exigindo muito pouco do poder de processamento do computador, e um fluxo de trabalho totalmente integrado. Blender é um dos mais populares aplicativos Open Source Gráfico 3D no mundo. Destinado a nível mundial á profissionais de mídia e artistas, Blender pode ser usado para criar visualizações 3D, bem como vídeos de qualidade para a TV e o cinema, enquanto que a incorporação de um motor 3D em tempo real permite a criação de conteúdo 3D interativo para a reprodução de stand-alone.
Originalmente desenvolvido pela empresa 'Not a Number'(NaN), Blender é agora "Software Livre", com código fonte disponível sob a licença GNU GPL. Atualmente é desenvolvido pela Blender Foundation sediada na Holanda.
Características principais :
  • Suite de criação totalmente integrada, oferecendo uma ampla gama de ferramentas essenciais para a criação de conteúdo 3D, modelagem, incluindo mapeamento UV, texturização, rigging, skinning, animação, simulação de partículas, scripts, renderização, composição, física, pós-produção e criação de jogos;
  • Software de plataforma cruzada, com uma uniforme interface gráfica OpenGL em todas plataformas, pronta para todas as versões do Windows (98, NT, 2000, XP, Vista, 7), Linux, Mac OS X, FreeBSD, Irix , Sun e vários outros sistemas operacionais;
  • Arquitetura 3D de alta qualidade que permite a criação de um rápido e eficiente fluxo de produção;
  • Mais de 200 mil downloads (usuários)de cada versão a nível mundial ;
  • Apoio da comunidade de usuários e fóruns para perguntas, respostas e crítica [BlenderArtists(em inglês), [BlenderBrasil] (em Português) e serviços de notícia em [Blender Nation];
  • Executável pequeno de fácil distribuição, funciona mesmo a partir de pen drives ;

Modelagem no Blender

O Blender pode ser utilizado em qualquer área que seja necessária a geração de modelos tridimensionais, geração de imagens renderizadas, animação e jogos. Podemos citar aplicações em arquitetura, design industrial, engenharia, animação, produção de vídeo, e desenvolvimento de jogos, graças ao seu motor de jogo embutido. Esta característica pode ser ampliada e agilizada com o uso de scripts em Python. Como modelador, foi recomendado pela Peugeot, para ser usado em seus concursos de design de carros, o Peugeot Design Contest.
O Blender possui também uma ferramenta chamada Sculpt, que possibilita trabalhar com modelos como se estivesse os esculpindo, semelhantemente ao modelador ZBrush.

Motor de jogo

Blender Game Engine, também conhecido como BGE, Game Blender ou Ketsji, é o motor de jogo do Blender. O Blender Game Engine usa OpenGL para os gráficos, OpenAL para som 3D, Bullet para física e detecção de colisão, e Python para scripts. Existe um plugin, chamado Echo Plugin, que permite integração dos gráficos do OGRE com o Blender Game Engine. O uso do motor de jogo do Blender pode servir para diversas coisas, desde criação de jogos, apresentações, realidades virtuais, planejamento arquitetônico, a auxílio em animação (usando a física para dar movimentos mais reais aos objetos).

Formatos suportados

O Blender consegue ler e escrever muitos formatos de arquivos, sendo eles renderizáveis, ou modelos tridimensionais. O formato padrão do Blender é o Blender .blend File (.blend).

Formatos bidimensionais

Os seguintes formatos renderizáveis (2D e 3D) são suportados:

Ø  Imagens ::
·         Windows Bitmap (.bmp)
·         DirectDraw Surface (.dds)
·         Iris (.rgb)
·         Portable Network Graphics (.png)
·         JPEG (.jpg)
·         JPEG 2000 (.jp2)
·         Truevision TGA (.tga)
·         Cineon (.cin)
·         DPX (.dpx)
·         MultiLayer e OpenEXR (.exr)
·         HDRI (.hdr)
·         Tagged Image File Format (.tiff)

Ø  Vídeos
·         Audio Video Interleave (.avi)
·         H.264 (.mp4)
·         MPEG-1 (.mpg)
·         MPEG-2 (.dvd)
·         MPEG-4 (.mp4)
·         Theora (.ogg, .ogv)
·         XviD (.mpg)

É possível ainda, criar imagens animadas, como GIFs animados, utilizando o Blender em conjunto com o GIMP. Modela-se e renderiza-se os quadros da animação, e em seguida as junta em sequência, usando o GIMP, e as salva como um único arquivo. Imagens para qual o Blender não dá suporte, podem ser conseguidas usando o mesmo método.

Formatos tridimensionais

O Blender, por ser um modelador 3D, suporta formatos de modelos tridimensionais, tanto para importação (abre modelos para edição), quanto para exportação (salva modelos para serem abertos por outros modeladores). Através de scripts, é possível exportar para/importar de outros formatos que ainda não são suportados oficialmente. Além do formato padrão, os seguintes formatos de modelos tridimensionais também são suportados:

·         3ds Max file (.3ds)
·         AC3D (.ac)
·         Autodesk Drawing eXchange Format (.dxf)
·         Autodesk FBX (.fbx)
·         Autodesk Softimage (.xsi)
·         Cal3D (.cfg, .xaf, .xmf, .xrf, .xsf)
·         COLLADA 1.3.1 e 1.4 (.dae)
·         DEC Object File Format (.off)
·         DirectX (.x)
·         LightWave (.lwo)
·         LightWave Motion (.mot)
·         M3G (.m3g, .java)
·         MD2 (.md2)
·         MDD (.mdd)
·         MilkShape 3D (.ms3d, .txt)
·         Motion Capture (.bvh)
·         OpenFlight (.flt)
·         OpenInventor (.iv)
·         Paths (de 2D para 3D, em forma de linha) (.svg, .ps, .eps, .ai, .gimp)
·         Pro Engineer (.slp)
·         Quake 3 (.map)
·         Radiosity (.radio)
·         RAW Image File (.raw)
·         Stanford PLY (.ply)
·         STL (.stl)
·         TrueSpace (.cob)
·         VideoScape (.stl)
·         VRML 1.0 e VRML97 (ou VRML 2.0) (.wrl)
·         Wavefront OBJ (.obj)
·         X3D Extensible 3D (.x3d)
·         xfig export (.fig)

Comparação com outros programas 3D

O Blender é um programa de código aberto, que está em constante evolução. Contudo, o Blender já pode ser comparado, em alguns aspectos, com programas high-end comerciais, tais como 3ds Max, CINEMA 4D, LightWave, Maya, Rhino3D, Autodesk Softimage e ZBrush, onde tem algumas vantagens sobre eles, como também algumas desvantagens. O Blender vem como um pacote de ferramentas para criação de conteúdos tridimensionais.

Conclusão

Existem diversos outros softwares livres para edição de imagem em Ambiente Linux e diversos tutoriais disponíveis na web, tanto em português quanto em inglês, além de uma ampla comunidade de usuários em prontidão para sanar todas as eventuais dúvidas que o usuário iniciante tiver. Os softwares também contam com uma vasta gama de recursos e soluções práticas para facilitar ainda mais a imersão do usuário no mundo dos softwares livres. Logo, o uso do Linux para edição de imagens é totalmente possível.

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